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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Crises Existenciais – Por quê?

Hoje estou num momento profundo de crises existenciais. Parece que tudo que vejo, que leio, que ouço, me fazem refletir sobre algo. Essa proximidade com o dia 08 de Dezembro está me deixando perturbada… 30 anos tem um peso, uma força estranha. Por que será? Parece que os 30 são um marco do tipo: ou você deu certo ou não deu. A sociedade impõe e como faço parte dela, acabo pensando assim também.

Vários assuntos me atormentam: gravidez, casamento, casa, trabalho, meus pais, entre outros secretos (a vezes tão secretos que nem eu mesmo consigo entender). Mais ou menos nessa ordem.

Parece que todo dia aparece uma amiga ou conhecida grávida. Ou mulher de conhecido grávida. É impressionante. E o pior: minhas amigas mais próximas ou estão grávidas ou querem ficar ou já tem babies. Como pode? Me sinto um ET.

Hoje mesmo estava conversando com o marido sobre uma das amigas que acabou de saber que está grávida e não lembro porque eu falei assim “Como eu nem sei se terei filho…”, meio tristinha. Ele virou e falou “Está querendo participar também né?! Ficar grávida pra não ficar fora das conversas né?!”… Eu nunca tinha pensado nisso! Mas isso é sério! Todas falarão de filhos! E eu?

Complexo. Mas o medo persiste. O medo de não ser a hora certa. Mas também persiste o medo da hora certas nunca chegar. Ou da hora certa passar e eu nem ver… Enfim…

Daí surgem todos os outros questionamentos:

  • “Como posso engravidar se nem sou casada?” – pra quem não sabe sou a famosa “juntada”.
  • “Como posso engravidar sem ter uma casa?” – moro de aluguel.
  • “Como posso engravidar se Eduardo ainda faz faculdade?” – Será que eu deveria me chamar Monica? rs

Na verdade a ordem natural das coisas ou a ordem socialmente correta das coisas seria:

  • Marido terminar a faculdade, porque a minha eu já terminei há séculos e já estou querendo ir pra segunda pós.
  • A gente comprar uma casinha – mas como? Niterói está mega inflacionando o mercado de imóveis! Ai lembro do Gustavo Cerbasi e penso: se eu tiver pagando até 8% do valor do imóvel, estou no lucro. Eu só esqueci de ver se 8% do valor do imóvel cabe sem problemas no orçamento rs Mas isso é só um detalhe rs
  • A gente casar – casar de casar mesmo: papel, igreja, vestido, véu, grinalda, festa, convidados, bem casados, prosseco (hehe)
  • Ai sim, engravidar né?! Depois de alguns anos de convivência, viagens que só dão pra fazer sem filhos, essas coisas.

Viagens são outro ponto que esqueci de falar. Tem mil lugares que gostaria de conhecer antes de filhos! Essa é a parte do “curtir muito, viajar muito”… Conhecer a Disney, a Europa, os lugares que temos vontade de conhecer, que com filhos, fica complicado. Não pelas crianças em si, mas pelo orçamento mesmo, depois de ter filhos, que fica bem mais apertado.

Tem meus pais. Que são viraram meus filhos financeiramente falando e que não sei o que fazer. Uma preocupação a mais. Isso é um assunto longo, para outro post.

E o meu trabalho, que também é um assunto para outro post (ou outro blog, ops rs). Aos 30 achei que ganharia mais, teria um cargo melhor, estaria exercendo uma função diferente da que tenho hoje: peão de obra. Noites trabalhando, estresse total.

As vezes me pergunto porque não escolhi uma profissão de mulherzinha? Uma que me desse tempo de ir à academia, ao salão, à aula de dança, ao inglês, espanhol, francês e alemão. Coisas de mulherzinha. Mas não. Meu lado homem foi mais forte e escolheu uma profissão mega machista, super raladora e que está me deixando de lembrança muita ruga no rosto e um problema de coluna daqueles, de tantas horas na frente do PC, além de vários problemas hormonais por conta do estresse.

Mas daí eu viro e penso: “O que eu faria diferente?”. Não sei! E fora que adoro o que faço, apesar dos pesares. Que coisa né?!

E daí eu viro e me pergunto sobre tudo isso que eu escrevi ai em cima: “O que eu faria diferente?”. Não sei! Só sei que não posso reclamar da vida ;-)

4 comentários:

Marcia Farias disse...

Oi, Thais!!
Olha...acho que estás te 'comparando'muito com outras pessoas.. Ou talvez, queres 'caber'no que a sociedade considera 'normal'.. E quem disse que o que eles ACHAM normal é o certo?? Poxa..não acho que tenha ordem para tudo...
Quando eu conheci o Fábio, ele estava ainda na facul..E eu já tinha terminado a pós..Em nenhum momento me senti mal ou sei lá o que...Vcs podem ser parecidos com a gente..hehehe

Sou uma das amigas (embora mais virtual do que real e longe) que está grávida..É normal falarmos mais de tudo o que nos rodeia, mas dá para sobreviver, SIM, falando de outras coisas...Não te sinta pressionada pq muitas pessoas estão grávidas perto de ti...a tua hora VAI chegar..Fica tranquila..A minha demorou...e te digo...a Pietra não poderita estar vindo num momento mais adequado... Não será diferente!!!!

Não aches que deverias estar em outra área..Temos que fazer o que adoramos...Poxa..eu também poderia estar em outra área, trabalhando menos, ganhando mais...mas eu AMO o que faço..mesmo que o salário, especialmente no estado, seja minúsculo...Mesmo...

Amiga, tenta curtir cada dia..Carpe Diem. Não te sinta forçada ou pressionada por ninguém e nem por nada. Confia que Deus irá te ajudar para que TUDO aconteça na hora certa.

Se precisares/quiseres falar me escreve, me chama..sabes onde me achar

kisses no coração

Marcia/RS

Anônimo disse...

Olha, me identifiquei muito com vc e com o que vc pensa. Também tenho 29 anos, vou fazer 30 em novembro. Tenho um filho de 03 anos, sou casada, moramos na casa própria (bem velinha é verdade, mas é nossa)e agora, estamos pagando uma peça comercial em construção. Eu acho q a hora certa vai aparecer para vc. Mas... na questão dos filhos: eles são um presente maravilhoso, é uma alegria muito grande ser mãe. Mas também temos que abrir mão de certas coisas ou fazer de outro modo. No meu caso, as viagens a dois, o namoro com o maridão, tudo está diferente, pq afinal agora somos três. Em vez de comprar coisinhas para mim, penso primeiro no meu filho. Nós tivemos o nosso filho depois de 5 anos de casados. Acho que foi uma época boa. E o maridão ajudou e ainda ajuda bastante nos cuidados com o bebê (trocar fralda, dar banho, alimentar, brincar, levar na escolinha). Se o seu ainda está estudando, complica um pouquinho... pq a gente fica super estressada. Pelo jeito, o seu dia-a-dia já é bem estressante. E com a chegada de um filho então, temos uma série de coisas a mais para pensar e dar conta. Com relação aos pais, nos últimos anos, tbem tenho a sensação de que eu (filha) sou a mãe do meu pai e da minha mãe. Porque eles precisam de cuidados, de atenção. Tenho uma situação financeira melhor q a deles, mas eles não gostam de aceitar a minha ajuda financeira, por menor q seja. Tbem tenho um trabalho estressante e me olho no espelho e me sinto bem mais velha do que a minha idade real.Faço umas manobras prá conseguir trabalhar, ir no salão uma vez por semana, ir na ioga e na academia. Confesso que as coisas com o maridão, não estão lá essas maravilhas, pq nós nos deixamos em último plano... primeiro o filho, o trabalho, os compromissos, e se sobrar um tempinho, namoramos um pouquinho. sabemos q isso está errado e já conversamos sobre isso. Temos muitas coisas em comum e nos amamos muito. Nossa.... escrevi um monte. e ainda nem tenho blog. é que o q vc escreveu, me fez pensar em tantas coisas...

Pri Santander disse...

Oi!!
Tbm estou com 29 e faço 30 dia 27 de outubro! Tudo isso que vc esta sentindo, tbm senti, mas acho q a gente faz um balanço de tudo e no fim vc se da conta que os 30 é uma idade pra vc poder ver que errou, ou acertou, fez escolhas certas ou nem tanto, tudo fica mais nitido, vc pode se perdoar e seguir adiante e esta vida perfeita que vc citou, ninguem tem!Hhehehe

Bjusss

Lih disse...

Parece que me vi nesse seu post. Vou fazer 30 anos dia 08/09/2009. Estou doida para ser mãe e sem coragem. é casa para reformar, é marido que tem emprego mas não é uma coisa ceeeeeeeeerta, quero viajar. São tantas coisas. Depois fico pensando e quando quiser mas o meu corpo não. Tenho medo de não poder ser mãe, de não conseguir gerar um filho.