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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Não gosto de barriguinha!

Recebi agora há pouco um e-mail com um texto supostamente escrito pela Martha Medeiros. Se é ou não, não me interessa. O que interessa é que resolvi respondê-lo emitindo minha opinião.

Sei que poderia respondê-lo da melhor maneira, da maneira mais política possível. Mas pra quê?

lizziemiller

“Ela é loira e linda. Tem 20 anos. Modelo profissional. Saiu na última edição da revista americana Glamour ilustrando uma reportagem sobre autoimagem, e foi o que bastou para causar um rebuliço nos Estados Unidos. A revista recebeu milhares de cartas e e-mails. Razão: a barriga saliente da moça. Teor das mensagens: alívio. Uma mulher com um corpo real.
Não sei se Lizzie Miller, que ficou conhecida como a mulher da página 194, já teve filhos, mas é pouco provável, devido à idade que tem.
No entanto, quem já teve filhos conhece bem aquela dobrinha que se forma ao sentar. E mesmo quem não teve conhece também, bastando para isso pesar um pouco mais do que 48 quilos, que é o que a maioria das tops pesa. Lizzie não é um varapau — atua no mercado das modelos “plus size”, ou seja, de tamanhos grandes. Veste manequim 42, um insulto ao mundo das anoréxicas.
A foto me despertou sentimentos contraditórios.. Por mais que estejamos saturados dessa falsa imagem de perfeição feminina que as revistas promovem, há que se admitir: barriga é um troço deselegante. É falso dizer que protuberâncias podem ser charmosas. Não são.
Só que toda mulher possui a sua e isso não é crime, caso contrário, seríamos todas colegas de penitenciária. Sem photoshop, na beira da praia, quase ninguém tem corpaço, a não ser que estejamos nos referindo a volume. Se estivermos falando de silhueta de ninfa, perceba: são três ou quatro entre centenas. E, nesse aspecto, a foto de Lizzie Miller serve como uma espécie de alforria. Principalmente porque ela não causa repulsa, ao contrário, ela desperta uma forte atração que não vem do seu abdômen, e sim do seu semblante extremamente saudável. É saúde o que essa moça vende, e não ilusão.
Um generoso sorriso, dentes bem cuidados, cabelos limpos, segurança, satisfação consigo próprio, inteligência e bom humor: é isso que torna um homem ou uma mulher bonitos. Aquelas meninas magérrimas que ilustram editoriais de moda, quase sempre com cara de quem comeu e não gostou (ou de quem não comeu, mas gostaria), são apenas isso: magérrimas. Não parecem pessoas felizes. Lizzie Miller dá a impressão de ser uma mulher radiante, e se isso não é sedutor, então rasgo o diploma de Psicologia que não tenho. Ela merecia estar na primeira página, mas, mesmo tendo sido publicada na 194, roubou a cena.
Que reação a foto causou em você? Repúdio ou alívio?”

Na verdade, verdadeira, do fundo do meu coração, não gostei da barriga não! Ela só tem 20 anos! Aos 20 eu não tinha essa barriga não! Aos 20 é fácil ser magra, enxuta. Só não é quem não quer! Ou quem tem problemas seríssimos que sinceramente não sei quais são.

Se ela tivesse 30, eu aceitaria. Aos 30, os hormônios acabam com qualquer mulher. A flacidez começa a dar o ar da graça querendo ou não. Sem cremes ou com mil cremes. Com massagens, malhação, dieta e afins. Ela está lá.

Eu não tive filhos, mas tenho a barriga. Imagino quem teve, que teve o tecido dilatado. A situação é mais complicada ainda.

No meio do ano passado, emagreci, fiquei vara pau, mas sentada a barriguinha estava lá. Sequinha, mas lá. Isso porque eu corri muito atrás! Literalmente! Corria, malhava, fazia dieta. E a pele estava lá.

Mas sinceramente... Aos 20?? Pós-adolescente?

Sorry. Essa é minha opinião sobre essa foto, essa modelo. Não quero convencer ninguém. Nem estou dizendo que estou certa. É apenas a minha opinião.

Mas confesso que ainda estou refletindo sobre…